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Lula quer dinheiro acessível para os celetistas do setor privado

Os trabalhadores brasileiros com carteira assinada, ou celetistas do setor privado vão ganhar acesso mais fácil ao crédito consignado, com juros ainda mais baixos. Foi o que anunciou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso na última quinta-feira, quando concedeu coletiva para jornalistas.
“Parecia uma coisa impossível e ontem chegamos a um acordo [com os bancos]. Vai ser o maior programa de crédito da história desse país. Preparem-se, vem aí uma bomba boa de crédito”, comemorou Lula no encontro realizado no Palácio do Planalto, em Brasília.

“Eu acho que pouco dinheiro nas mãos de muitos significa distribuição e renda e muito dinheiro nas mãos de poucos significa miséria”, frisou. “Faltam alguns ajustes de linguagem jurídica na lei que queremos enviar ao Congresso”, completou.

O governo Lula pretende criar uma plataforma que permita aos bancos e instituições financeiras acessar diretamente o perfil de crédito do celetista por meio do eSocial, o sistema eletrônico obrigatório que unifica informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais de empregadores e empregados de todo o país. Ele vai editar uma medida provisória ou projeto de lei ao Congresso Nacional, ainda no mês de fevereiro.

Para o trabalhador assalariado isso é um grande ganho. O consignado é um empréstimo, com parcelas descontadas no salário ou benefício do devedor. Por isso, oferece taxas de juros mais baixas e é uma das mais usadas no Brasil, especialmente por servidores públicos e aposentados e pensionistas do INSS.

Crédito

Hoje a lei do crédito consignado já permite que trabalhadores com carteira assinada tenham esse de empréstimo, descontado do salário, mas ele requer a assinatura de convênios entre empresas e bancos, o que, na prática, dificulta que pequenas e médias empresas, e muitas grandes também, possam aderir ao modelo amplamente.

Pela nova medida, que ainda será apresentada, as regras sobre limites do consignado para trabalhadores celetistas deverão permanecer como estão, como o teto de 30% do salário comprometido com o empréstimo e a possibilidade de usar 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o total da multa recebida por demissão sem justa causa para o pagamento dos débitos, em caso de desligamento do emprego.

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) ressalta que a massa salarial dos trabalhadores CLT do setor privado chega hoje a R$ 113 bilhões, enquanto o volume de crédito consignado neste segmento é de apenas R$ 40 bilhões. Já o quadro de aposentados do INSS e servidores públicos, chegam a R$ 120 bilhões, para uma oferta de crédito consignado de R$ 600 bilhões. A meta com a nova medida é triplicar a oferta de crédito para o empregado celetista.

Fonte: Agência Brasil com foto de José Cruz

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