Avanço ocorre após a intervenção do Banco Central na taxa de câmbio com a realização de mais um leilão de venda à vista da moeda americana.
Dólar
O dólar opera em alta nesta terça-feira (17) e vai a R$6,17. Houve um aumento de 0,95% na comparação com a segunda-feira (16). A valorização do dólar ocorre após a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
O atual cenário fiscal do país, que preocupa o mercado financeiro, também influencia na alta. O avanço ocorre após a intervenção do Banco Central na taxa de câmbio com a realização de mais um leilão de venda à vista da moeda americana. Foram vendidos US$ 1,272 bilhão, com uma taxa de câmbio de R$ 6,1005.
Em 2025
O Banco Central divulgou a ata da última reunião do Copom. O BC indicou dois novos aumentos no começo de 2025, algo que se caracteriza como um choque de juros na economia. Diretores da autoridade monetária defendem o compromisso de direcionar a inflação para a meta e projetam os juros básicos em 14,14% ao ano em março de 2025.
A ata também cita que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da economia nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e da postura do Fed”.
Sindicalismo
A questão do aumento indiscriminado dos juros pelo Banco Central já foi motivo de várias manifestações do setor sindicalista brasileiro.
Mantida a taxa atual de juros, o Brasil se consolida como o segundo colocado num ranking de países com o maior juro real do mundo. Isso tem levado a ataques frequentes do governo à condução da política monetária pelo Banco Central do Brasil.
As centrais sindicais lembram que desde que o Banco Central se tornou independente, no governo de Jair Bolsonaro, as taxas de juros no Brasil têm atendido às variações do mercado financeiro, favorecendo os mais ricos e banqueiros.
Criado em 1964, o Banco Central era inicialmente comandado pelo Governo Federal com o propósito de regular, por meio de uma política monetária, a economia brasileira.
Em 2021 o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sancionou a Lei Complementar 179 que deu autonomia ao Banco Central. Se antes a instituição era subordinada ao presidente da República, a partir da lei passou, na prática, a ser subordinado ao mercado, aos mais ricos e aos bancos, mantendo taxas elevadas de juros como política monetária, tornando-se, portanto, parcial em seu posicionamento, já que penaliza a classe trabalhadora e favorece os rentistas (aqueles que ganham dinheiro com investimentos e não com produção) e o sistema financeiro (os bancos). Em outras palavras, transfere recursos da população ao sistema financeiro, promovendo ainda mais desigualdade no país.
A taxa Selic serve como referência para todas as outras taxas de juros do país e vem se mantendo em patamares elevados há quase três anos. O povo brasileiro não suporta mais tanta centralização de recursos.
Fonte: Band News
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