Antigamente quando queriam desairar ou desacreditar o Jornalismo chamavam de “imprensa marrom”. Mais recentemente passou-se a chamar o noticiário falso ou não crível, de “fake news”, mais um dos tantos termos estrangeiros trazidos para a nossa já tumultuada língua portuguesa e a sua grafia de importados.
A distribuição deliberada de fofocas, boatos e desinformações, através dos meios de comunicação, tem causado prejuízos quase que incorrigíveis para conceituar uma Imprensa miseravelmente invadida por oportunistas e profissionais de baixa formação, que se arvoram em ditar suas mentiras até que se tornem “verdade absoluta”.
Agora com a chegada de mais um pleito eleitoral, onde teremos a troca de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, vamos acompanhar, pelas redes sociais, mais um festival de notícias dissonantes, com a finalidade de confundir, ilusionar, criar falsas expectativas num povo que já é mal informado por falta de cuidado ou mesmo por prática deliberada.
Os que se propõem a criar o clima de dúvida ou falsa informação, são os mal-intencionados, os interesseiros, aqueles que querem tirar proveito de uma situação. Por isso devemos ter o máximo cuidado ao ler, conhecer e se convencer de uma informação, que pode ser uma grande arapuca e que vai nos custar muito caro no futuro.
As notícias falsas pelo jornal impresso, televisão, rádio, ou ainda online, como nas mídias sociais, são tão nocivas quanto conviver com gente com falta de caráter, sem ética profissional ou com esperteza para o crime.
As notícias falsas ainda não são qualificadas crime, como merecem. Mas todos sabemos que são, de fato, crime e precisam ser combatidas. Enquanto isso não acontece, é com precaução, com descrença e muita cautela que devemos nos basear naquilo que lemos, ouvimos e principalmente replicamos através das redes sociais.
Se os já tradicionais informativos não inspiram mais sua confiança, o que dizer daqueles que se julgam os donos da verdade e desfilam em nossas redes espalhando informações sem estarem credenciados para isso? Como podemos dar crédito a um “formador de opinião” feito à machado e na lábia fácil da mentira descabida?
Quando começamos a acreditar no improvável, respeitando quem não merece atenção, entramos no risco de praticar tão grave crime como qualquer escrevinhador de inverdades, locutor de reclames baratos ou apresentador de chistes, que só nos servem para fazer rir, como improváveis comunicadores que são.
Pense, reflita, argumente, pesquise, fique atento porque cedo ou tarde estará na tua tela de computador ou celular uma mentira cretina que só os incautos são capazes de acreditar. Então, se houver a mínima dúvida, não espalhe, não compartilhe e não assimile. Você está sendo enganado. E os enganos não podem decidir nosso futuro.
Comunicação é coisa séria. Levar a informação ao público é profissão e não caçoada que vai te transformar num útil e ridículo propagador. Não queira se tornar alguém que não está talhado para repercutir o que é ético e verdadeiro. Por fim: vote com a sua consciência e cumpra o dever cívico de contribuir para o progresso de sua cidade, escolhendo sérios representantes. Voto é procuração. Não assine nada em branco!
Osni Gomes é jornalista, com mais de 50 anos de profissão, e assessor de imprensa da Contratuh.