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A importância da Comunicação para os Sindicatos

Comunicação Eficiente e Planejada

Como representantes de categorias profissionais, em permanente interlocução com diversos públicos, os sindicatos não podem abrir mão de uma comunicação planejada e qualificada. Para mobilizar os trabalhadores em causas de interesse comum, informá-los sobre riscos, estabelecer relações positivas com as entidades patronais, incrementar a base de filiados e divulgar conquistas, é preciso comunicar com eficiência, usando a linguagem adequada, sem ruídos e com a frequência suficiente. Em um mundo de constante mudança tecnológica e inúmeros estímulos comunicacionais, marcar território na mente dos trabalhadores é fundamental.

Uso de Redes Sociais

Os donos dos meios de produção dispõem de vastos recursos comunicacionais e podem influenciar a mente dos trabalhadores. No entanto, muitas ferramentas, como as redes sociais, estão à disposição de todos e são poderosas se usadas estrategicamente. Por exemplo, a recente ascensão da direita conservadora brasileira foi propulsionada fortemente pelo WhatsApp, uma rede social gratuita.

Confiança nos Sindicatos

Qual tem sido o resultado dos esforços de comunicação feitos pelas entidades sindicais? Segundo a pesquisa anual do Índice de Confiança Social (ICS) do Ibope Inteligência, a confiança nos sindicatos em 2019 foi de 45 numa escala de 0 a 100, ficando abaixo de instituições como polícia, meios de comunicação, empresas, bancos, Poder Judiciário e Governo Federal, entre outras.

Queda na Sindicalização

Outros dados são igualmente preocupantes. Segundo o IBGE, o índice de trabalhadores associados a um sindicato vem caindo ano a ano no Brasil desde 2012, quando havia 14,4 milhões de trabalhadores sindicalizados (16,1%), chegando a apenas 8,4% (8,4 milhões) dos ocupados em 2023.

Também de acordo com o IBGE, em 2015, 79,1% dos trabalhadores não usavam os serviços oferecidos pelos sindicatos, mesmo com inúmeros benefícios conquistados graças à força da coletividade.

Análise da Comunicação Sindical

Nos três aspectos apontados pelos dados acima – confiança nos sindicatos, índice de sindicalização e percepção dos benefícios -, pode-se afirmar que a ausência de um trabalho consistente de comunicação foi relevante. Boa parte da sociedade, ainda que beneficie da atuação sindical, não consegue perceber sua importância, em parte devido à falta de comunicação efetiva.

Mudança no Perfil do Trabalhador

O perfil do trabalhador vem mudando desde 1989, com a retomada das eleições democráticas. A expansão da telefonia para pessoas de baixa renda, o acesso a bens de consumo a partir de 2002, a obtenção de informações pela internet e a influência das redes sociais mudaram a forma como os trabalhadores se comunicam. Hoje, quase todo cidadão brasileiro tem um comunicador instantâneo 24 horas por dia.

O Brasil é o 5º país no mundo em número de smartphones (The World Bank, 2023) e o brasileiro passa cerca de 9 horas e 32 minutos por dia olhando para a tela (ElectronicsHub, 2023).
O sindicato pode, portanto, estar na palma da mão do trabalhador, educando e instruindo.

Descompasso e Relevância da Comunicação

Em algum momento da história, houve um descompasso entre sindicatos e trabalhadores, continuamente impactados pelo desenvolvimento tecnológico e pela sociedade de consumo. Desde 2017, o sindicalismo sofre fortes danos, e as reverberações no mundo digital não ultrapassam sua própria bolha, mesmo que os sindicatos sejam a última linha de defesa do trabalhador e a pauta seja de extrema importância para todos os cidadãos trabalhadores.

Conclusão

Falar sobre a importância da comunicação para sindicatos se trata, antes de tudo, de transformar a forma como o trabalhador vê o sindicato e, consequentemente, a sociedade. Uma comunicação eficiente pode ajudar a reverter a desconfiança e a queda na sindicalização, fortalecendo a atuação sindical.

  • Pedro Thiago, Assessor de Comunicação do Sintibref-MG
    Coordenador de Conteúdo da Pitanga Comunicação e Cultura

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