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Lei trabalhista força informalidade e arrocho, afirma economista

A informalidade continua a bater recordes. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do IBGE, divulgada quinta (31), aponta que o Brasil tem 93,8 milhões de pessoas empregadas, das quais 38,8 milhões (41,4%) estão na informalidade. O total de trabalhadores por conta própria é de 24,4 milhões, alta de 1,2% (293 mil pessoas). Há 11,8 milhões sem Carteira assinada, ou seja, 2,9% (338 mil pessoas) a mais com relação ao trimestre encerrado em junho.

Também cresce a subocupação. A taxa subiu 37% no último ano. Das 2,4 milhões de vagas criadas nos últimos 12 meses, 892 mil foram ocupadas por pessoas que trabalham menos do que gostariam, em contratos precários ou sem qualquer forma de contrato.

Segundo o presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo, Pedro Afonso Gomes, a situação  reflete a estagnação econômica do País. “Quando temos um exército de desempregados, a situação é essa. O cidadão se sujeita a qualquer ocupação ou remuneração para sobreviver”, observa.

 

Renda – A pesquisa revela que o rendimento médio dos subocupados era de R$ 826,00 no segundo trimestre, abaixo do salário mínimo de R$ 998,00 e equivalente a 36% da renda média dos trabalhadores em geral, que é de R$ 2.290,00.

 

Perda – Para o economista, há um leilão de vagas onde todos perdem. “Se a pessoa não aceitar, outra aceita, porque o desemprego é grande e as empresas estão demitindo os mais experientes pra contratar pessoas mais novas e menos qualificadas, com menores salários. Perde o trabalhador e perde o empregador”, alerta.

 

Outro fator destacado por Pedro Afonso é a nova legislação trabalhista, que estimula a informalidade. Ele afirma: “A reforma trabalhista permite que o trabalhador aceite flexibilizar seus direitos. O próprio funcionário acaba entrando num acordo com o patrão, abre mão de garantias, como Piso salarial, e outras. É uma situação grave”.

 

Economia – A subocupação acaba retroalimentando a morosidade da economia, alerta Pedro Afonso Gomes. “Quem trabalha menos tem renda menor, contribui para a redução do consumo e isso se reflete diretamente na economia local. É um efeito em cadeia, que atinge toda a sociedade. Quem não tem renda não consome. Afeta o patrão e o empregado”, critica.
Na avaliação do economista, a saída é a retomada do crescimento, não está prevista para os próximos anos. “Enquanto a economia não andar, a situação não muda. Por isso, é fundamental um pacto entre setor empresarial e trabalhadores. Se depender de governo, não há perspectiva de retomada do desenvolvimento”, conclui.

Fonte: Agencia Sindical

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