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“Tribuna Livre” vai basear pauta de reivindicações da Contratuh

Mais um encontro, agora híbrido, da Contratuh, teve resultados surpreendentes. Pela participação ativa de vários representantes sindicalistas dos mais diversos pontos do Brasil a Contratuh vai fundamentar suas reivindicações no Fórum Sindical e no Congresso Nacional, para definir percentuais da Contribuição Assistencial e formas de validar o direito de oposição através das Convenções Coletivas dos Trabalhadores.

Até o dia 30 de abril, uma terça-feira, os participantes do “Tribuna Livre” de ontem (23/4) se comprometeram de enviar suas pautas reivindicatórias para que a Contratuh possa formalizar um documento e enviar ao deputado federal, Luiz Carlos Mota (PL-SP) e ao senador Paulo Paim (PT-RS), que são relatores de matérias que dizem respeito aos projetos das Confederações sobre a obrigatoriedade das contribuições e análise dos embargos pendentes da decisão recente do Supremo Tribunal Federal – STF.

Ficou evidenciado no encontro que alguns sindicatos praticam índices diferenciados nas contribuições e ainda não há uma forma padrão para a apresentação e recebimento das manifestações de oposição, o que tem facilitado o trabalho antissindical de alguns segmentos, até mesmo com cartas de oposição pré-elaboradas pela classe patronal, contabilistas ou advogados, enfraquecendo o movimento sindical.

“Precisamos de um denominador comum para facilitar nossa luta pelo restabelecimento das condições de nossos sindicatos, federações e confederações, tomando por base a legalidade e a razoabilidade. No Fórum será o momento de todos se manifestarem sobre as questões jurídicas e políticas, quando será julgada a forma mais adequada para futuras ações”, argumentou o presidente da Contratuh, Wilson Pereira.

Tribuna Livre

Na Tribuna Livre desta terça-feira, manifestantes de vários estados e representações da Contratuh usaram da palavra e puderam expor suas questões e ideias, mostrando que há apreensão quanto a forma do direito de oposição e também quanto aos percentuais a serem acordados com os trabalhadores.

O que ficou evidenciado é que a absoluta maioria dos Sindicatos e Federações acolherão o mesmo processo já pesquisado e que definiu a unanimidade dos diretores da Contratuh. O mais aceitável para o vigor do direito de oposição é que o trabalhador manifeste a sua opinião durante as Convenções e Assembleias das categorias. Já o percentual e forma de pagamento da Contribuição Assistencial, pelo trabalhador, tem diferentes índices e periodicidade. De posse das opiniões das lideranças sindicais até o dia 30 de abril, a Contratuh preparará um documento e colocará a apreciação de todos para uma definição comum e que seja razoavelmente favorável aos diferentes segmentos da representação sindical e trabalhadores.

Anti-sindicalismo

A prática mais danosa, além de os governos anteriores decretaram a Reforma Trabalhista é a do anti-sindicalismo. Vários foram os presidentes de Sindicatos que confirmaram o uso sistemático de cartas padrão, enfraquecendo o movimento sindical e inviabilizando aqueles que não estão melhor estruturados.

A diretora de Assuntos Parlamentares, Vera Lêda Ferreira de Morais, defendeu que é preciso que o movimento sindical use de mecanismos legais para combater o anti-sindicalismo. “Precisamos consolidar a legalização do custeio do movimento sindical, fortalecer nossas atividades fins em busca da representação, defendendo as questões salariais e dando assistência jurídica junto aos tribunais, evitando que o trabalhador seja sufocado na sua fragilidade individual, perdendo direitos fundamentais”.

Luiz Onofre, diretor de Assuntos Sindicais, lembrou que “o sindicato é a delegacia de combate ao sufoco do trabalhador e que precisa fazer valer a sua representação classista, evitando ser um mero vendedor de planos assistencialistas”.

O primeiro tesoureiro, Cláudio Fernandes Rocha lamentou que “hoje o governo enfrenta uma dura oposição aos seus planos. Enquanto temos um presidente que defende o trabalhador, há um Congresso de empresários trabalhando no sentido contrário”.

Neste ponto o diretor executivo para Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, Jadir Rafael da Silva, defendeu “que se cobre mais o presidente Lula, que realizou uma série de promessas ao setor sindical, mas que até agora não contribuiu em nada para solucionar nossos problemas”.

O presidente Wilson Pereira avaliou este novo encontro como extremamente positivo, com resultados animadores. “Vamos aguardar o dia 30 de abril para termos em mãos os documentos dos sindicalistas e para que possamos elaborar uma síntese do que pensam as várias representações, para serem levadas ao Fórum Sindical, ao Congresso e ao Tribunal Superior do Trabalho, para gestarmos uma decisão que seja benéfica a todos”.

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