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El Niño, perto do pico, promete mais chuvas em novembro

Novembro em 2023 será mais um mês sob influência do fenômeno El Niño no Oceano Pacífico, o que vai impactar a chuva e a temperatura mais uma vez no território brasileiro. O mês é o último da primavera meteorológica, o trimestre setembro a novembro, assim já estão presentes algumas características de verão.

Notadamente, há aumento da chuva no Brasil Central e uma elevação da temperatura no Sul do país à medida que se aproxima a estação quente do ano. No Centro-Oeste e no Sudeste, com o fim da temporada seca, ar tropical quente e úmido faz com que as pancadas de chuva e os temporais isolados se tornem mais frequentes.

No Sul do Brasil, por sua vez, novembro é o mês mais quente do trimestre de primavera e as temperaturas costumam, na média histórica, serem muito mais elevadas que no início da estação, em setembro, quando as características ainda são parecidas com as do inverno meteorológico.

Em Porto Alegre, novembro tem média de temperatura mínima pela série 1991-2020 de 17,2ºC, a quarta mais alta do ano, apenas atrás de janeiro, fevereiro, março e dezembro. Já a média máxima é de 27,7ºC, a quarta mais alta entre todos os meses do calendário na capital gaúcha.

A média histórica de precipitação em Porto Alegre no mês de novembro, de acordo com a série 1991-2020, é de 105,5 mm, muito inferior às médias de setembro (147,8 mm) e de outubro (153,2 mm). É a segunda menor média mensal de precipitação, somente atrás de março (103,3 mm).

Na cidade de São Paulo, considerando os dados da estação de Mirante de Santana e a série histórica 1991-2020, a temperatura mínima média de novembro é de 17,3ºC ao passo que a média máxima mensal é de 26,9ºC.

Já a precipitação média histórica de novembro na estação da capital paulista é de 143,9 mm, muito acima da mínima anual que é a de agosto de 32,3 mm, mas muito abaixo da maior do calendário climatológico que é de 292,1 mm no mês de janeiro.

Condições do Pacífico

O fenômeno El Niño segue se fortalecendo no Pacífico e está no limite de moderada a forte intensidade. O último boletim semanal da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 1,6ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central. O valor está na faixa de El Niño forte (+1,5ºC a +1,9ºC).

A tendência é de o fenômeno El Niño seguir influenciando o clima em novembro e com perspectiva de as águas aquecerem ainda mais na porção Centro-Leste do Pacífico com a intensificação do fenômeno. O evento de El Niño vai estar perto do pico de intensidade, que deve ocorrer entre dezembro e janeiro.

Por outro lado, a região Niño 1+2, está com anomalia de +2,3ºC, em nível de El Niño costeiro muito forte junto ao Peru e Equador, aquecimento extremo do oceano na região que teve início no mês de fevereiro e que atingiu o seu máximo de intensidade no inverno.

Chuva de novembro

O El Niño trará outro mês de chuva excessiva em muitas áreas do Sul do Brasil e, mais uma vez, com cheias de diferentes rios e enchentes. A previsão da MetSul Meteorologia indica chuva acima a muito acima da média em grande parte da Região Sul, dando prosseguimento ao padrão que se observa desde o inverno com a instalação do El Niño.

Os maiores acumulados de chuva vão se dar na Metade Norte gaúcha, Santa Catarina e o Paraná, com marcas de 300 mm a 500 mm em diversas localidades, isoladamente até superiores, assim favorecendo cheias de rios e novas enchentes. Já o Sul gaúcho vai observar um aumento da precipitação em relação ao mês de outubro, porém sem os extremos observados em setembro.

No Centro-Oeste e no Sudeste, uma vez que se trata de novembro e a estação seca chegou ao fim, espera-se um aumento da frequência e dos volumes de chuva na maioria das localidades das duas regiões, mas, no geral, as precipitações estarão abaixo da média.

Partes de São Paulo e do Mato Grosso do Sul têm maior probabilidade de registrar um novembro com chuva acima da média. A projeção de chuva para o mês do modelo de clima alemão, no mapa abaixo, traz uma tendência muito próxima do que a MetSul crê ocorrerá no mês de novembro em termos de chuva.

Maior frequência de chuva e com a atmosfera mais aquecida, à medida que o verão vai ficando mais próximo, significa também que os temporais tendem a aumentar entre o Centro e o Sul do Brasil. São ocorrências associadas ao tempo quente e úmido, na maior parte dos casos, e se dão principalmente da tarde para a noite.

Ciclones extratropicais ocorrem em todos os meses do ano no Atlântico Sul, mesmo durante o verão, com maior frequência entre os meses de outono e da primavera. Uma vez que os modelos indicam sinal de temperatura acima da média no Brasil e abaixo da média do Centro para o Sul da Argentina, a MetSul avalia que há um maior risco de ciclones em novembro nas latitudes médias do continente, podendo ser até intensos.

Temperatura em novembro

Novembro será outro mês de temperatura acima a muito acima da média na maior parte do território brasileiro com marcas muito altas e alguns dias de calor excessivo mais ao Centro do país. Há, contudo, uma tendência de repetição do padrão de temperatura observado em outubro.

O Sul do Brasil, em particular o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por chuva frequente e a atuação de massas de ar frio nas latitudes médias, não devem ter desvios positivos de temperatura expressivos como o restante do país. Ao contrário, e em especial no estado gaúcho, é possível que algumas áreas tenham temperatura abaixo da média.

Isso significa que novembro tende a ter menos dias de calor que o habitual e mais dias agradáveis que o normalmente observado no estado gaúcho, em particular em cidades do Sul e do Leste do estado. Haverá algumas poucas noites frias para esta época do ano. Embora este cenário, podem ocorrer alguns dias de forte a intenso calor no Sul do Brasil.

No Centro-Oeste e no Sudeste, predominará na maioria das áreas mais um mês de muito calor. A tendência de chover abaixo da média na maior parte das duas regiões cria uma condição propícia para temperatura mais alta e um maior número de dias quentes. As condições seguem, assim, favoráveis ao registro de eventos extremos de temperatura alta com máximas muito acima dos padrões históricos.

Fonte: Metsul 

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