Preparamo-nos para mais uma tentativa de apresentar ao Ministro do Trabalho e Emprego, uma proposta técnica para que o Governo do Presidente Lula restabeleça direitos da classe trabalhadora, covardemente subtraídos pelo golpe institucional de 2016.
Neste momento em que as expectativas para a audiência mobilizam centenas de entidades sindicais laborais, de todo o país, as quais ganham voz pelo Fórum Sindical Ampliado, é bom lembrar que a Reforma Trabalhista fez parte do golpe arquitetado por Temer e seu asseclas, os quais em tão pouco tempo, conseguiram desmontar o Estado de bem-social e fazer retroceder os direitos da classe trabalhadora.
Consequência deste trágico e visível aviltamento à democracia brasileira, as entidades sindicais laborais, numa tentativa para sobreviver e não se render à luta travada pelos interesses neoliberais, hoje, após a vitória da esperança e neste movimento de reconstrução da nação brasileira, se dispõem a contribuir para que o Governo Lula restaure as bases do movimento sindical, por meio do diálogo e do consenso.
É por isso que o Fórum Sindical Ampliado insiste em apresentar as propostas de uma urgente contrarreforma trabalhista. Não podemos nos render aos interesses exclusivos do capital! Não podemos nos conformar e continuar obedientes e calados diante das atrocidades geradas pela Deforma de 2017: aumento do desemprego, precarização do trabalho e empobrecimento da classe trabalhadora.
Há também de se registrar para a história que esse projeto liberal que se instaurou no país a partir do golpe, reproduz um tal ‘canto da sereia’ que seduz e encanta até mesmo os mais pobres e menos esclarecidos. Há uma demonização do Estado e do que é público, em favor do enaltecimento de tudo o que é privado.
É notório que tal ‘deforma’ não teve capacidade de gerar os empregos prometidos; pelo contrário, serviu para aguçar a crise econômica sobre os trabalhadores, flexibilizou uma série de direitos, precarizou as relações, rebaixou os custos do trabalho, aumentou a desigualdade social e a disparidade de luta entre o capital e o trabalho. Essas são algumas das principais consequências do golpe de 2016, a qual me leva a citar a professora e escritora Clara Mattei, a qual me parece bastante didática ao ensinar que: “Para o capitalismo funcionar, a maioria das pessoas deve estar desempoderada, precarizada e dependente do mercado. E é isso que a austeridade faz. Tira recursos da maioria das pessoas, que ganham dinheiro através de um salário, e entrega a uma minoria, cuja riqueza vem de patrimônios e rendas”.
Neste sentido, conclamo a todos os companheiros e companheiras, a se fazerem representados na audiência cuja data foi transferida e ainda está pendente, de modo que possamos mostrar ao Governo que, apesar de todos os golpes, mantivemo-nos em atividade e levamos propostas para contribuir com o sucesso deste Governo que não haverá de se esquecer e nem abandonar a classe trabalhadora neste limbo da exploração e do esquecimento. Até lá!
- Idemar Antonio Martini é presidente da FETIESC – Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina
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