Os trabalhadores da limpeza pública e da área de asseio e conservação do Ceará estão em campanha salarial, por reajuste de vencimentos e demais benefícios. Mas vêm encontrando a intransigência patronal, entre empresas particulares e órgãos públicos. Quatro mesas de negociação já se sucederam e foram frustrantes, pois o aceno dos patrões é muito aquém daquilo que se almeja. Assim os trabalhadores fazem manifestações e paralisações defronte aos seus locais de trabalho em vários pontos de Fortaleza e cidades da região da Capital.
“O que queremos é mais agilidade nas negociações e um acordo senão igual, muito próximo do que temos reivindicado, que é além da reposição inflacionária, mas um ganho real, que corrija todas as perdas que tivemos ao longo do período difícil de pandemia, que passamos”, destacou Maria da Penha, presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação, Locação e Administração de Imóveis Comerciais, Condomínios e Limpeza Pública do Estado do Ceará – SEAACONCE.
“A data base das categorias descontentes é janeiro e até agora toda a negociação está travada”, explica Fábio Moraes, diretor da Contratuh, que participa pessoalmente e agiliza que outros segmentos do setor também se mobilizem para sensibilizar por uma negociação mais compreensiva. Estão na luta o Fetranordeste – Federação dos Trabalhadores do Setor Hoteleiro de Turismo, Hospitalidade e Gastronomia do Nordeste, o Sintracondce, que é o Sindicato dos Trabalhadores em Condomínios e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB.
Governo do Ceará
Entre os patrões está o próprio governo do Ceará, que é o maior patrão da mão de obra nesta área e que continua resistindo em compensar seus funcionários mais condizentemente. “Eles oferecem apenas a reposição da inflação, mas o nosso pedido é por ganho real”, reclamam os trabalhadores.
Depois de passar por várias empresas, inclusive a Cia. de Saneamento, uma das mais expressivas da região, nesta quinta-feira o movimento se desloca até Juazeiro para “brigar” pelos trabalhadores de limpeza pública e terceirizados.
Nota oficial
A assessora do SEAACONCE, Viviane Rodrigues, distribuiu ontem um panfleto, onde está impressa uma nota oficial das categorias que é bastante esclarecedora e que mostra toda a indignação dos trabalhadores. Na nota se lê que “a luta é por reajuste salarial geral, para todas as faixas, pelo INPC, mais um percentual de ganho real. Um percentual necessário para repor o valor de compra dos salários, diante da inflação, e também para garantir reajuste real, frente o aumento do salário mínimo.”
Mais adiante, destaca que “a oferta dos empresários, é apenas pelo reajuste do IPCA”. Se isso vingar, vai causar prejuízos aos trabalhadores, principalmente àqueles das primeiras faixas salariais, que ganham menos, a grande maioria dos terceirizados.
O que se vê hoje é a grande ansiedade por um reajuste digno e a insatisfação com a demora nesse processo. A intransigência dos patrões provoca a demora e aumenta a decepção dos trabalhadores, pela indefinição. “Eles simplesmente não aceitam pagar nada além do IPCA”, reclamam.
“Respeitamos muito o sentimento das categorias representadas pelo SEEACONCE e nos afligimos com essa demora em fechar a negociação e a convenção coletiva. Chegamos a aprovar indicativo de greve, na histórica assembleia do dia 8 de fevereiro, que lotou as ruas vizinhas à sede do Sindicato e mostrou o poder das categorias e a indignação com a falta de sensibilidade dos patrões em conceder o reajuste digno. Mas, ao mesmo tempo, temos responsabilidade imensa seguindo na luta pela Campanha Salarial”, diz a nota convocando mais e mais trabalhadores a aderirem ao movimento que segue muito forte.
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